domingo, 20 de setembro de 2015

Pelagianismo e Arminianismo, post tirando dúvidas e esclarendo diferenças

Pelágio da Bretanha

Estabeleceu-se em Roma por volta de 405, depois viajou para África do Norte, continuou a viagem até a Palestina e escreveu dois livros sobre o pecado, o livre-arbítrio e a graça: Da natureza e Do livre-arbítrio.
Suas opiniões foram criticadas violentamente por Agostinho e seu amigo Jerônimo, tradutor e comentarista bíblico, que morava emBelém na Palestina. Foi inocentado das acusações sobre heresia pelo Sínodo de Dióspolis na Palestina em 415, mas condenado como herege pelo bispo de Roma em 417 e 418, e pelo Concílio de Éfeso em 431.
Não se sabe ao certo o ano e o motivo da sua morte, provavelmente foi por volta de 423. É possível que sua condenação pelo Concílio de Éfeso tenha sido após a sua morte.
Pelagianismo: A Religião do Homem Natural
Primeira Parte: Um Pouco de História
por
Michael S. Horton

Cícero observou em sua cultura que as pessoas agradeciam a Deus por sua prosperidade material, mas nunca pelas suas virtudes, pois consideram isso como uma característica inerente a elas mesmas. B. B. Warfield, um teólogo da cidade de Princeton, considerou o Pelagianismo “a reabilitação da visão pagã do mundo”, e
concluiu com grande clareza: “Há duas doutrinas fundamentais sobre salvação: a que ensina que a salvação vem de Deus, e que ensina que a salvação é vinda de nós mesmos. A primeira é a doutrina fundamental do Cristianismo; a última, do paganismo universal”.
As ferinas críticas de Warfield fazem coro com o testemunho da igreja desde que Pelágio e seus discípulos começaram a patrocinar sua heresia. São Jerônimo, um Latino que viveu no quarto século, chamou o Pelagianismo de “a heresia de Pitágoras e Zeno”, por ser no paganismo que se tem normalmente a convicção de que os seres humanos têm dentro de si o poder de salvar-se a si próprios. O que, então, foi o Pelagianismo, e qual a sua origem?
Primeiramente, essa heresia originou-se com os nossos primeiros pais, como veremos adiante. Ela foi definida e classificada no quinto século, quando Pelágio, um monge britânico, chegou à cidade de Roma. Desde o momento em que lá chegou, Pelágio ficou profundamente impressionado com a imoralidade do ambiente, e decidiu começar uma reforma moralista nos sacerdotes romanos. Apesar de ter exigido um grande esforço, essa campanha encontrou apoio por parte de muitas pessoas. O sustentáculo de sua pregação era a ênfase que havia no influente bispo africano, Santo Agostinho.
Agostinho ensinava que os seres humanos, por nascerem com o pecado original, são incapazes de salvar-se a si mesmos. Segundo ele, fora da graça de Deus, é impossível que uma pessoa obedeça ou até mesmo busque a Deus. Com o pecado de Adão, houve uma total corrupção na raça humana, de modo que a vontade natural do homem está fatalmente cativa e submissa à nossa condição pecaminosa. Dessa forma, somente a graça de Deus, concedida livremente aos Seus eleitos, é capaz de trazer salvação aos seres humanos.
Contrastando em muito a isso, o discurso de Pelágio era guiado por interesses morais, e sua teologia foi feita para estimular o aprimoramento moral e social. Ele concluiu de forma fatalista que a ênfase de Agostinho na necessidade humana e na graça divina iria certamente paralisar a busca da santificação, visto que as pessoas iriam passar a pecar constante e impunemente. Dessa forma, Pelágio reagiu rejeitando a doutrina do pecado original. De acordo com ele, Adão foi meramente um mal exemplo, e não o autor de nossa natureza pecaminosa – somos pecadores porque temos pecados – e não o contrário. Conseqüentemente, é claro, o Segundo Adão, Jesus Cristo, foi apenas um bom exemplo. A salvação, dessa forma, consiste simplesmente em seguir o exemplo de Jesus em vez do de Adão. O que os homens e mulheres precisam é de uma direção moral, não de um novo nascimento; assim sendo, Pelágio viu a salvação em termos meramente naturais: seria o progresso do caráter humano, por seguir o exemplo de Cristo.
Em seu comentário em Romanos, Pelágio acredita na graça como a revelação de Deus no Velho e Novo Testamentos, a qual nos ilumina, e auxilia nossa santidade por providenciar instruções explícitas sobre Deus, e por dar muitos exemplos a serem imitados. O homem natural não é concebido em pecado. Conseqüentemente, a vontade humana não está presa a uma natureza pecaminosa e suas afeições; apenas as escolhas determinam se alguém irá obedecer a Deus, e assim ser salvo.
Em 411, surge um homem, Paulinho de Milão, com uma lista de seis pontos heréticos contidos na mensagem de Pelágio.
1. Adão foi criado mortal e teria morrido se mesmo que não tivesse cometido pecado;
2. O pecado de Adão agrediu somente a ele, não toda a raça humana;
3. Crianças recém-nascidas estão no mesmo estado que Adão antes da sua queda;
4. Não é por causa da morte e do pecado de Adão que toda a raça humana morre; de igual modo, ela não irá ressuscitar por causa da ressurreição de Cristo;
5. A lei oferece, assim como o evangelho, oferece entrada no Reino do Céu;
6. Até mesmo antes da vinda de Cristo, havia homens completamente sem pecado.
Mais tarde, Pelágio e seus seguidores negaram a doutrina da predestinação incondicional.
É obvio que o Pelagianismo foi condenado por mais concílios da Igreja do que qualquer outra heresia na história. Em 412, Coelestius, um discípulo de Pelágio, foi excomungado no Sínodo de Cartago; os Concílios de Cartago e Milevis condenaram Pelágio. O imperador oriental Teodósio II baniu os Pelagianos do Leste, em 430 d.C. A heresia foi repetidamente condenada pelo Concílio de Éfeso, em 431, e pelo Segundo Concílio de Orange, em 529. De fato, o Concílio de Orange condenou até mesmo o Semi-Pelagianismo, que embora afirme que a graça é necessária à salvação, ensina que a vontade é livre por natureza para escolher cooperar com a graça oferecida. O Concílio de Orange condenou também aqueles que ensinavam que a Salvação poderia ser concedida no simples ato de se fazer uma oração, afirmando em lugar disso, com muitíssimas referências bíblicas, ser necessário Deus despertar o pecador e lhe conceder o dom da fé antes que ele possa até mesmo buscá-lO.
Qualquer doutrina que limita o conhecimento do pecado original, o cativeiro da vontade à natureza pecaminosa, e a necessidade da graça para até mesmo aceitar dom da vida eterna e permanecer em santidade é considerada por toda a igreja como heresia. A heresia descrita é chamada Pelagianismo.


Este site da web é uma realização de
Felipe Sabino de Araújo Neto®
Proclamando o Evangelho Genuíno de CRISTO JESUS, que é o poder de DEUS para salvação de todo aquele que crê.

Segurança da Salvação

Segurança da Salvação
Tenho ministrado várias pessoas que me procuram vindas de denominações 'oficialmente' arminianas. E é triste constatar que boa parte delas tem dúvida sobre sua salvação, acham que perdem a salvação a cada pecado, etc.

Fica evidente que, apesar da posição oficial, em boa parte das igrejas pentecostais tem se pregado um "semi-pelagianismo" em vez do arminianismo bíblico. Isso mostra que falta preparo teológico a muitos pastores. [Ou talvez o problema esteja em enfatizar a possibilidade da perda de salvação e esquecer de ensinar que em Cristo estamos seguros]

O triste é que isso dá munição para os calvinistas criticarem o arminianismo e atrairem pentecostais para seus arraiais. Por falta de entendimento do arminianismo, muitos pentecostais abraçam o calvinismo. E passam a achar que os conceitos errados que aprenderam são arminianos quando não são.

Há até calvinistas que usam de má fé e acusam os arminianos de pelagianos ou semi-pelagianos, querendo confundir os iletrados no tema.

Para mostrar as distinções entre as 3 visões da dinâmica da salvação, observe qual é o fator determinante para a salvação em cada corrente teológica:

- No pelagianismo a salvação depende das obras (monergismo).
- No calvinismo a salvação depende do decreto divino (monergismo).
- No arminianismo a salvação depende apenas da fé em Cristo (sinergismo).


Veja bem: no calvinismo o que conta é o decreto divino promulgado antes da fundação do mundo. Sem decreto não há salvação.

Ou seja, o arminianismo é a visão mais 'cristocêntrica' porque entende que a salvação é ganha e guardada somente pela fé em Cristo. Se creio em Cristo, ainda que eu peque, permaceço salvo!
A salvação não é ganha por obras e nem por decreto. Mas pela fé em Cristo, que está disponível a todos mediante ação do Espírito Santo.

Pense bem: a salvação é pela fé em Cristo ou por um decreto arbitrário?
O que a Bíblia diz?

Jo 3:16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Pesquisa: Você é um arminiano e não sabe?


Ao longo dos séculos, os calvinistas têm tanto sucesso vilipendiando o Arminianismo que muitas pessoas que são arminianas têm medo de dizer isso. Isto é verdadeiro, mesmo que o Arminianismo seja a posição teológica da maior parte do protestantismo cristão, na verdade, muitas pessoas são arminianas e não sabem, e até mesmo negam. A presença do Arminianismo é tão generalizada que mesmo as mais fortes igrejas calvinistas têm entre seus membros os arminianos. É irônico, então, que as pessoas tenham medo de dizer ou desconheçam que elas são arminianas. Por exemplo, muitos independentes e batistas do sul são tipicamente arminianos, mas por desconhecimento muitas vezes se dizem calvinistas!

O objetivo desta pesquisa é ajudar as pessoas que têm uma teologia arminiana perceberem que elas são arminianas e ajudá-las a compreender que é bom ser arminiano. As perguntas abordaram as questões mais pertinentes que definem Arminianismo e o distinguem do Calvinismo.

1. Você acredita que Jesus morreu por cada ser humano?• Se você respondeu sim à pergunta, então, pelo menos, você concorda com um dos princípios centrais do Arminianismo, e você seria indesejável em círculos calvinistas.• Este é talvez o problema mais gritante, que divide o Calvinismo e o Arminianismo.• A maioria dos calvinistas crê que Jesus morreu apenas por algumas pessoas, embora exista algum debate sobre se o próprio Calvino tinha essa opinião.• Se você acredita que Jesus morreu somente por aqueles que creriam nEle, então você realmente é calvinista e não um arminiano.


2. Você acredita que os seres humanos são tão depravados que eles não podem fazer nada para ganhar a salvação e que não podem escolher crer em Jesus sem a intervenção da graça de Deus?• Se você respondeu sim, então você concorda com Arminius e o Arminianismo.• Calvinistas crêem nessa mesma doutrina, mas afirmam muitas vezes que os Arminianos não, apesar de haver completa unanimidade entre os teólogos arminianos em afirmar a doutrina.


3. Você acredita que uma pessoa pode resistir ao poder de convencimento e à graça de Deus?• Se você respondeu sim, então, novamente, você afirma outro dos princípios centrais do Arminianismo, como refletido nas palavras de Jesus: “Jerusalém, Jerusalém, quantas vezes quis eu reunir os teus filhos... mas vós não o quisestes” (Mt 23:37).• Calvinistas afirmam que Deus determinou que certas pessoas vão acreditar, Ele vai fazer a sua fé possível e chamá-los para a salvação de tal forma que suas próprias vontades serão dominadas, para que não possam resistir ao chamado da salvação.• Arminianos acreditam que Deus quer que cada um possa crer, mas quando Deus chama alguém para crer, Ele o faz de tal forma que o indivíduo ainda pode resistir ao poder de convencimento do Espírito.


4. Você acredita que uma pessoa nasce de novo quando coloca sua fé em Jesus?• Se você respondeu sim, então você se prende a um dos eixos principais do Arminianismo e você provavelmente não é um calvinista.• Calvinistas crêem que Deus deve primeiro dar a uma pessoa a nova vida (regeneração) para então permitir a fé; sem ter nascido de novo (sido regenerada) uma pessoa não pode acreditar.• Arminianos defendem que as pessoas não recebem o dom da nova vida, até que elas creiam.• Arminianos defendem que, quando uma pessoa crê, ela é unida a Cristo e só então é que ela participa da vida nova e é nascida de novo. Uma pessoa não partilha da nova vida, sem primeiro estar unida com Cristo pela fé, pois “quem que nele crê não perece, mas tenha a vida eterna”. (João 3:16).


5. Você acredita na eleição?• Se você respondeu sim, então você pode ser um arminiano.• Calvinistas acreditam em uma eleição independente da fé – Deus elegeu parte da humanidade por decreto.• Arminianos acreditam que a eleição é baseada “em Cristo”, ou seja, alguém que está “em Cristo” é eleito. A fé é essencial para tornar-se unido a Cristo e, portanto, a eleição é condicionada à fé.


6. Você acredita na predestinação?• Se você respondeu sim, então você pode ser um arminiano.• Arminianos afirmam que os crentes são predestinados para a salvação final, não que algumas pessoas estão predestinadas a crer. (Parte dos arminianos entendem que os crentes são predestinados para uma vida santa – Rom 8.29)


7. Você acredita que é possível perder a salvação?• A questão é se as pessoas que verdadeiramente acreditam em Jesus podem destruir sua fé a ponto de perder a salvação.

A) Se você respondeu que não crê na possibilidade de perda da salvação, você pode ser um arminiano.• O próprio Arminius não se pronunciou sobre o assunto e nunca ensinou que os crentes podem naufragar na fé e perderem a sua salvação – ele afirmava que esse assunto precisava ser melhor estudado.• Os seguidores posteriores de Armínio é que estudaram o tema e concluíram que os crentes podem fazer naufrágio da sua fé e perecer. Atualmente a maioria dos batistas são arminianos de 4 pontos, pois crêem que não se perde a salvação.
B) Se você respondeu que crê na possibilidade de perda da salvação, você afirmou algo que a maioria dos arminianos afirma fortemente, e você certamente não seria bem-vindo no meio Calvinista.

• A declaração de fé oficial da Sociedade dos Evangélicos Arminianos apenas afirma que “perseverar na fé é necessário para a salvação final”, sem comentar sobre a possibilidade de naufrágio da fé.• Todos os calvinistas crêem na segurança eterna incondicional (uma vez salvo sempre salvo).• Muitos independentes e batistas do sul se dizem calvinistas simplesmente por não crer em perda da salvação. No entanto, esse ponto não é determinante para definir se alguém é arminiano ou calvinista.


8. Você acredita na visão da satisfação penal da expiação?• Se você respondeu sim ou se você respondeu não, você pode ser um arminiano.• A visão da satisfação penal da expiação, afirma que a morte de Jesus implica um pagamento pelo pecado. Ela assume que a justiça de Deus exige que o pecado seja punido e que a justa ira de Deus foi desviada dos pecadores merecedores e derramou-se sobre Jesus como seu substituto.• Esta opinião é defendida pela maioria dos calvinistas e pela maioria dos arminianos. Alguns poucos arminianos rejeitem a noção de que Deus castigou o seu Filho Jesus.• Armínio afirmou o ponto de vista da satisfação penal da expiação.


9. Você acredita que Deus conhece exaustivamente o futuro?• Se você respondeu sim, você concorda com o arminianismo nesse quesito.• Calvinistas e Arminianos acreditam que Deus sabe o futuro de forma exaustiva.• A negação dessa doutrina é uma rejeição da base do teísmo cristão, e aqueles que a negam não podem ser arminianos.• A Sociedade dos Evangélicos Arminianos afirma a doutrina, e não se pode pertencer à ela se não se está de acordo.


10. Você acredita na soberania de Deus?• Se você respondeu sim, então você concorda com o arminianismo nesse quesito.• Todos os calvinistas e arminianos afirmam a soberania de Deus, mas diferem na dotação de Deus para a liberdade dos seres humanos.• Alguns calvinistas definem a soberania como Deus ordenar e predeterminar todas as coisas e eventos, de modo que a escolha humana é apenas uma ilusão.• Alguns calvinistas não negam explicitamente a liberdade humana nas decisões cotidianas, mas negam a liberdade humana de rejeitar o chamado para a salvação.• Arminianos afirmam o livre arbítrio (nas decisões cotidianas) e crêem que os seres humanos realmente fazem escolhas genuínas, inegavelmente, afirmando a culpabilidade humana no pecado. No caso da salvação os arminianos crêem no ‘arbítrio-liberto’, ou seja, o pecador só pode crer após ser chamado pelo Espírito Santo.• A visão arminiana da Soberania é que Deus tem o poder e a autoridade para fazer tudo o que ele quer, e nada pode acontecer a menos que ele o faça, ou permita. E crêem que Deus é Soberano o suficiente para dotar as suas criaturas com livre-arbítrio.• A visão arminiana da soberania e da liberdade humana é motivada por sua compreensão do caráter de Deus como sendo santo, o que significa que: 1) Deus não é o autor do mal e 2) os seres humanos são culpados por seus pecados.


Em resumo, você é um arminiano se crer...• na doutrina da expiação ilimitada (Jesus morreu por todos)• na doutrina da depravação total (as pessoas são incapazes de crer em Jesus sem a intervenção da graça de Deus)• na doutrina da graça resistível (as pessoas podem resistir à graça)• na doutrina da eleição (todos que estão “em Cristo” são eleitos)• na doutrina da predestinação (crentes são predestinados)• na doutrina da satisfação penal da expiação (Deus puniu os pecados do mundo em Jesus)• na doutrina da onisciência (incluindo que Deus conhece o futuro perfeitamente)• na soberania de Deus (Deus pode fazer o que quiser, inclusive dotar os seres humanos de uma vontade livre).
Como afirmei anteriormente, a posição padrão do evangelicalismo cristão é o Arminianismo. E como pode ser visto neste breve resumo, é bom ser arminiano.
Para uma reflexão mais aprofundada sobre estas questões, leia o livro Teologia Arminiana: Mitos e Realidades, de Roger Olson, que estabelece a teologia arminiana clássica e derruba 10 mitos sobre o Arminianismo.
James M. Leonard – Batista Arminiano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário